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Radar Cripto Brasil - 2023

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Radar Cripto Brasil - 2023

Não tem cripto no Brasil? Te convido a ver mais de NOVENTA iniciativas no país!

Lucas Pinsdorf
Apr 17, 2023
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Dizem que o melhor jeito de aprender sobre um mercado é conhecendo as empresas que nele atuam, né?

Sempre admirei os mapeamentos de mercado porque reconhecem a importância de quem está transformando nossa realidade e, ainda, facilita a vida de quem está tentando entender um pouco mais sobre os inúmeros segmentos.

Destaquei MAIS DE NOVENTA iniciativas brasileiras e dividi nas dez categorias abaixo:

  1. Empresas oferecendo cripto dentro de seus ambientes tradicionais

  2. Infraestruturas de mercado (crypto-as-a-service)

  3. Projetos cripto & Ativos digitais próprios

  4. Tokenizadoras

  5. Plataformas de negociação (exchanges ou corretoras)

  6. Formadores de Mercado & Provedores de Liquidez

  7. Pagamentos

  8. Mercado de capitais & Estímulo à inovação

  9. Notícias & Educadores & Research

  10. Escritórios de advocacia com prática cripto

Como próximo passo desse mapeamento, vou mergulhar em cada uma dessas categorias e explorar mais profundamente a forma de operação, estruturas, cenário competitivo e mais no Caverna Cripto! Já deixa nos comentários qual seção vale a pena explorar primeiro.

Aproveito também para deixar claro que essa NÃO É UMA LISTA EXAUSTIVA. Fiquem à vontade para adicionar nos comentários, ou me enviar no privado, as iniciativas e setores que faltaram nessa primeira versão do radar!


Contexto sobre as categorias

Empresas oferecendo cripto dentro de seus ambientes tradicionais:

Já viu a Magalu ou o Paypal anunciando que, além das suas funcionalidades originais, os clientes também conseguiriam comprar e vender cripto direto dos aplicativos já conhecidos? É disso que estamos falando aqui.

Nos últimos anos, tivemos a proliferação de empresas que não são originalmente do mercado cripto começando a oferecer a negociação desses ativos dentro seus ambientes convencionais.

No geral, os principais motivos são: (i) busca de novas receitas / formas de engajamento com o cliente (”foi checar o preço do bitcoin pela décima sétima vez no dia? aqui está uma nova oferta de empréstimo / geladeira”); (ii) atributo de marca como inovadora no segmento; e (iii) potencial visão estratégica de virar um “super app”, ou seja, uma aplicação que evoluiu da sua função original pra abarcar uma série de mercados complementares.

Apesar dos potenciais desafios de experiência do usuário nesses modelos (como destacado nesse artigo contra batedeiras), algumas estratégias utilizadas nas fases iniciais:

  1. Começar com uma parcela menor da base e escalar se as métricas principais estiverem sendo positivamente impactadas; analisando tanto a adoção do novo produto quanto potencial abandono dos produtos-raiz.

  2. Entender a jornada do cliente e inserir cripto do jeito mais fluído possível, com recursos de interface introduzindo as funcionalidades e distinguindo bem de outras partes da plataforma que o usuário já conhece.

  3. O clássico mandamento número 1 de inovação: testar rápido e barato, o que foi facilitado pela crescente oferta de infraestruturas de cripto plug and play (próxima categoria do estudo).

Do ponto de vista de tração, os resultados iniciais são bem animadores com Nubank convertendo 1 milhão de usuários em 3 semanas depois de seu lançamento e Mercado Livre com mais de 1 milhão de usuários em 60 dias.

Principais empresas da categoria

Sete iniciativas mapeadas: XP; Nu; Magazine Luiza; Mercado Livre; PicPay; 99; Traders Club


Infraestruturas de mercado (crypto-as-a-service)

Aprender a lidar nativamente com as redes dos criptoativos, sua negociação, custódia, novos produtos e melhores práticas de mercado não é uma tarefa nada simples.

Se as empresas da categoria acima (’tradicionais com cripto’) tivessem que criar do zero toda a estrutura necessária pra fazer a oferta desses produtos, provavelmente não teríamos toda a adoção que vimos nos últimos anos.

Por isso, as empresas nessa categoria facilitam a entrada de outras empresas no mundo cripto, oferecendo abstrações simplificadas para cada uma dessas atividades.

  1. Vai possibilitar ao seu usuário a compra e venda de bitcoin? Não se preocupe em criar um livro próprio de compra e venda, liquidez robusta e mecanismos de liquidação/compensação de saldos altamente escalável, simplesmente use o método de "comprar bitcoin” de um desses provedores via API, da mesma forma que você já faz com outras aplicações tradicionais, e deixe a própria infraestrutura lidar com todos esses pontos.

  2. Quer deixar seu usuário sacar ether da carteira? Não precisa ter seu próprio full node na rede e interação com chaves privadas, apenas chame o método de “sacar ether” de um desses provedores, novamente não tendo que lidar com a rede diretamente e todos os desafios que viriam junto nesse pacote.

Principais empresas da categoria

Duas iniciativas mapeadas: MB e Parfin


Projetos cripto & Ativos digitais próprios

Existe um ditado no mercado: “tudo pode ser representado digitalmente [tokenizado], mas o que faz sentido?". Com mais de 23.387 criptoativos disponíveis, vocês já conseguem imaginar quantas respostas possíveis existem, né?

Você pode representar a propriedade de uma cadeira usada em uma rede distribuída como o Ethereum, mas qual a proposta de valor? Interoperabilidade com outras aplicações? Redução de custos com eliminação de intermediários? Transferências globais rápidas? Registro imutável, auditável e público?

É um campo de altíssima experimentação no Brasil e mundo, com potencial de revolucionar indústrias bilionárias [Money, Tokens, and Games do Citigroup - 2023]

Principais empresas da categoria

Vinte e três iniciativas mapeadas:

  1. Programas de milhagem, fidelização e acesso a serviços: Nubank; Mercado Livre; Wibx e Bodytech. Escrevi mais sobre eles nessa edição da Caverna Cripto.

  2. Stablecoins em dólar: a fusão da estabilidade do dólar com o formato tokenizado de um ativo. Também já escrevi sobre esse movimento nessa outra edição da newsletter (e não é que estamos começando a cobrir bem os temas?). Principal representante da categoria sendo o próprio BTG Pactual.

  3. Stablecoins em reais: proposta semelhante a maioria das stablecoins em dólar, mas usando nosso querido real (BRL) como lastro. Principais iniciativas: MBRL do MB; BRZ da Transfero; BRL da nTokens; BRLE da ECSA; BRLA da Ada Capital e o cReal da Celo.

  4. Finanças Descentralizadas (DeFi/CeDeFi): Pods; Picnic e LoopiPay

  5. Crédito de Carbono & ESG: Ambify; Moss; Greener

  6. Imobiliário & Incorporação Netspaces e Ribus

  7. Plataformas de contrato inteligentes: Hathor

  8. Organizações Descentralizadas (DAOs): Fingerprints DAO e Alma DAO

  9. Mineradoras: Arthur Mining


Tokenizadoras

Com esses mais de USD 5 trilhões a serem tokenizados em jogo, precisamos ter alguém que facilite todo esse processo de transformação de bens e direitos em um ativo digital, né?

Nessa categoria, encontramos desde tokenizadoras focadas exclusivamente em prover tecnologia até iniciativas que funcionam quase como uma área de banco de investimento, auxiliando as empresas a emitirem seus ativos digitais com serviços de precificação, distribuição comercial e consultoria estratégica, além da própria tecnologia para emitir e gerir os ativos em redes distribuídas, como Ethereum, Polygon, Avalanche, Solana e Stellar.

Principais empresas na categoria

Oito iniciativas mapeadas: MB Tokens; Liqi; Beta Blocks; 7visions; Vórtx; Mobiup; Amfi e Credix.

Foco maior em NFTs

Seis iniciativas mapeadas: W3block; Block4; Lumx Studios; NFTFY; BAYZ e Dropull


Plataformas de negociação (exchanges ou corretoras)

Assim como você acessa a Amazon para comprar uma livro direto de uma fonte vendedora confiável, as exchanges também nasceram para facilitar um tipo de compra e venda, só que… de criptoativos.

Antes das corretoras se popularizarem, era comum as pessoas se encontrarem em redes sociais para fazer a negociação desses ativos no modo raiz peer-to-peer. Imagina mandar recursos pro ‘boladefogo182’ do chat, rezar pra receber a quantidade combinada de bitcoin na sua carteira indicada e ainda ter que fazer sua própria gestão de chaves privadas.

Com as plataformas de negociação formais, seus livros de compra e venda e serviços de custódia proprietários, foi iniciada uma fase mais segura e democrática de acesso aos ativos digitais - ainda que tenhamos pontos de melhoria.

Como um dos segmentos mais antigos do mercado - a primeira corretora foi fundada em 2010 - as empresas dessa categoria foram uma das que mais expandiram para mercados adjacentes e novos produtos, como renda passiva, tokenizadoras, braços de investimentos, formas mais avançadas de negociação, entre outras modalidades que vamos abordar nas próximas edições da Caverna Cripto!

Principais empresas da categoria

Seis iniciativas mapeadas: MB; Bitpreço; Foxbit; Nox, Digitra e Mynt.


Formadores de Mercado & Provedores de Liquidez

Sabe quando você quer pedir um Uber e ele chega em 1 minuto por um preço justo? Podemos falar que o Uber foi “líquido” nessa situação porque conectou duas pontas (passageiro e motorista) por um preço razoável para ambas as partes e em pouquíssimo tempo.

Nas plataformas de negociação cripto, também temos dois lados do mercado (compra & venda) representados em formato de livro de ofertas, como esse:

As ordens em vermelho são intenções de venda e as ordens em verde são referentes às compras. A função desse mercado é conectar as pessoas que querem vender o ativo pelo preço mais barato possível com as pessoas que desejam comprar o ativo pelo preço mais caro.

Quando essas pessoas finalmente se encontram, temos uma ordem executada e o preço do ativo definido.

No momento da foto acima, o preço do bitcoin era de 151.405,43, sendo que o cliente mais atrativo na venda estava disposto a se desfazer do bitcoin por 151.453,52 e o cliente mais favorável pra comprar era o com ordens a 151.410,03, conhecidos como “topo do livro”.

PORÉM ENTRETANTO TODAVIA

  • E se os participantes do mercado estiverem em desacordo sobre o preço do ativo?

  • E se o ativo for menos conhecido ao ponto de não ter tantos compradores e vendedores que possam se encontrar e realizar um negócio?

  • E se tiverem tão poucas pessoas operando que uma ordem de valor pequeno impacta significativamente o preço do ativo (famoso “dedo gordo”)?

Esses agentes especializados (formadores de mercado & provedores de liquidez) ajudam nas condições de liquidez de um ativo, aumentando a capacidade dos mercados de atenderem as mais variadas demandas dos usuários.

Principais empresas da categoria

Três iniciativas mapeadas: Atomic Fund; Cainvest e Murano


Pagamentos

Imagina um comerciante querendo expandir as formas de pagamento em sua loja e pensando em adicionar cripto como uma das modalidades. No passado, ele teria que:

  1. Criar uma carteira e fazer a gestão da chave privada, ou seja, se perder a chave privada, perde tudo que recebeu e guardou naquela carteira?

  2. Pagar seus fornecedores com reais, mas ficar exposto a volatilidade de algum criptoativo? E se, entre o tempo que ele deu a cotação em cripto para o cliente e recebimento desse valor, o preço variar muito? O cliente pagou mais caro do que deveria ou o comerciante arca com o prejuízo?

  3. Fazer seu cliente esperar alguns minutos na loja, enquanto a transação é confirmada pela rede?

O que parece uma ideia bacana em um primeiro momento, acaba virando um desafio operacional grande para o estabelecimento. Por isso, nasceram iniciativas voltadas pra facilitar todo esse processo e lidar com essa complexidade extra dentro de seus próprios produtos.

Principais empresas na categoria

Três iniciativas mapeadas: Foxbit Pay; Cloudwalk e Zro Bank


Mercado de capitais & Estímulo à inovação

Nessa categoria, temos tanto agentes tradicionais do mercado de capitais que decidiram expandir seus produtos quanto empresas nativas do segmento.

É uma das categorias mais relevantes pra possibilitar que nasçam novos projetos e que as iniciativas existentes escalem ainda mais com captação de recursos e programas de inovação acelerada.

Principais empresas da categoria

Vinte e uma iniciativas mapeadas:

  1. Agentes Autônomos: Monet; Nord; EQI; SaraInvest; Hub do Investidor

  2. Gestoras: Hashdex, BLP Crypto; MB Asset; Titanium Asset; Pandora (TC); QR Capital e ADA Capital

  3. Capital de Risco (VC/PE): 2TM Ventures; Canary; Fuse Capital, Honey Island e Parallax Ventures

  4. Programas de aceleração: Mastercard Start Path; LIFT Challenge; Aceleração Next

  5. Associação de mercado: ABCripto


Notícias & Educadores & Research

Pessoas especializadas em traduzir as maluquisses do mercado em palavras minimamente compreensíveis.

Principais iniciativas na categoria

Quatorze iniciativas mapeadas: Caverna Cripto; Paradigma Education; Mercurius; Brazil Crypto Report; Oi Fifo; BSB; Bankless Brasil; BlockDrops; Portal do Bitcoin; Fintrender; Escola Cripto; Blockchain Academy; Blocknews e Zero Paralelo.


Escritórios de advocacia com prática cripto

Em cripto, não adianta “só” seguir a tecnologia e identificar os segmentos da indústria em que ela poderá ter o maior impacto.

Além disso, ainda é preciso fazer isso operando dentro de um ordenamento jurídico que, no melhor dos casos, não é exatamente claro e preciso.

Principais escritórios na categoria

Nove iniciativas mapeadas: Pinheiro Neto Advogados; HRSA; Vella Pugliese Buosi Guidoni Advogados; Vieira, Drigo e Vasconcellos Advogados; Warde Advogados; PG Law; VBSO Advogados; Ogawa, Lazzerotti e Baraldi Advogados e Malgueiro Campos Zardo Advocacia.


E aí, ainda vai falar que não tem cenário cripto no Brasil? 😆

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AGRADECIMENTOS

Leila Azevedo (facilmente, a mais audaciosa designer do Brasil), Fabricio Tota, Marco Antongiovanni, Robson Harada e Paradigma Education por ter me inspirado com seu próprio mapeamento cripto.

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